Com os diretores da JBS “flanando” em NY fica no ar a pergunta: “para onde caminha o Brasil?”

Este artigo está também publicado no Diário do Poder, editado em Brasília, DF.

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Do editor

Vivemos a crise mais profunda da República brasileira.

Tudo isso ocorre, justamente no momento em que a economia apresenta sinais claros de recuperação, embora isso não tenha a segurança antecipada de que no futuro voltariam os empregos e o crescimento estável.

Há exemplos no mundo de mudanças ortodoxas na economia, que agravam o quadro da crise, ao invés de reverter, diante da dosagem excessiva aplicada, que não leva em conta os riscos de pressões sociais agudas.

São as chamadas contra indicações dos medicamentos, que mesmo com a boa fé dos médicos podem levar até à morte do paciente.

A verdade é que, no caso do Brasil atual, tudo levava a crer, que as reformas começavam bem.

Um dos equívocos era o governo aceitar que o boi de piranha, maior responsável pela crise,  fosse o serviço público (que tem distorções a serem corrigidas na previdência, mas não merece ser tratado dessa maneira).

Há causas muito mais graves.

E a história do grupo JBS é uma delas.

O abalo sísmico na política nacional começou com recente fato novo.

Instalou-se a crise a partir de diálogo gravado entre o presidente da república e o presidente da JBS, sociedade comercial que, no governo do PT, com a “ajuda amiga” do BNDES, tornou-se, em pouco tempo a maior empresa de carnes do mundo.

O empresário Joesley Batista colocou um gravador, clandestinamente, no bolso do paletó, e foi “conversar” com o presidente da República.

Qual seria a sua intenção?

Preservar a memória de sua empresa e depois dispor de informações para um livro, peça de museu, ou algo parecido?

Ou, tirar proveito dessa excrescência jurídica, que é a delação premiada, sem regras rígidas de responsabilização instantâneas, que punam aqueles que busquem tirar proveito próprio, incriminando terceiros?

Ou, até (quem sabe?) desestabilizar um governo (no caso Temer), que sucedeu aquele governo petista, que acreditou nos denunciantes, ajudando-os na transformação de um açougue em Anápolis, no maior grupo privado do país, que também possui bancos e empresas de celuloses.

Terá sido um flagrante preparado?

A mídia chegou a divulgar que essa corporação trocou receber R$ 3,4 bilhões emprestados, por ações da JBS, nos governos Lula e Dilma.

Hoje, a conceituada jornalista Sonia Racy, do Estado, registra fatos de extrema gravidade, em torno do comportamento estranho dos dirigentes da JBS.

Vejamos alguns publicados no Estado:

Por qual razão foi aceito tão rapidamente um acordo R$ 200 milhões com empresa, que tinha informantes na própria PGR, enquanto fazia a “delação” que incriminou o presidente da república?

Há até empresários que se perguntam, segundo a jornalista, se os Batistas vão mesmo ficar soltos tocando a J&F de Nova York.

Acrescenta o texto do “Estado”:

 “Eu não entendo esse País. Roubaram o Brasil, fizeram fortuna e o prêmio é a impunidade?

Morar na 5.ª Avenida, em Nova York, sem tornozeleira, livres leves e soltos?”

Outra pergunta na informação divulgada:

“Por que será que eles pouparam o Lula?”

O mais grave está na conclusão da análise do “Estado”:

“A família Batista deve estar ganhando muito dinheiro apostando contra o Brasil.

“Donos da valiosa informação sobre o que contaram em suas respectivas delações premiadas, sabiam que, no segundo em que seus depoimentos se tornassem públicos, aconteceria o eterno efeito gangorra: o dólar nas alturas e preço das ações brasileiras em terra.

“Tem gente imaginando que só as operações de câmbio, dependendo do tamanho – feitas aqui e fora do Brasil – são suficientes para pagar a multa da JBS, mais a da Odebrecht e, porque não, a de… Eike Batista”.

Folha divulga hoje que perícia técnica será feita na gravação entre o presidente e a JBS, diante de indícios de montagem.

E agora?

Para onde caminha o Brasil?

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